Excelência
quer dizer que você fará o melhor possível com o que você dispõe para fazer, e
não que o resultado final será uma execução perfeita e livre de erros.
Estudando
a Bíblia, aprendemos que adoração está diretamente ligada a uma vida de
relacionamento sincero e verdadeiro com Deus, e não à música em si. Dentro da
dinâmica congregacional, a música serve apenas para ajudar a congregação a se
colocar diante de Deus, e adorá-lo em espírito e em verdade.
Dentro
desse contexto, não podemos perder o foco do por que estamos tocando e
cantando, e de que a música em si não é o fim. No entanto, isso não quer dizer
que o trabalho musical não deva ser feito com excelência. Vejamos o que a
Bíblia nos fala sobre isso:
Salmo
33.3
“Cantem-lhe uma nova canção; toquem com
habilidade ao aclamá-lo.” (N.V.I.)
Salmo
47.7
“Pois Deus é o rei de toda a terra;
cantem louvores com harmonia e arte.” (N.V.I.)
1
Crônicas 15.22
“E Quenanias, chefe dos levitas, tinha
o encargo de dirigir o canto; ensinava-os a entoá-lo, porque era entendido.”
(Almeida Corrigida e Revisada Fiel.)
Eclesiastes
9.10
“O que as suas mãos tiverem que fazer,
que o façam com toda a sua força, pois na sepultura, para onde você vai, não há
atividade nem planejamento, não há conhecimento nem sabedoria.”
(N.V.I.)
Nos
dois salmos, é repetida a ideia de qualidade e excelência técnica. A palavra
hebraica utilizada no Salmo 33 tem o significado de “fazer bem feito”. No Salmo
47 dá a ideia de beleza na música, de algo harmonioso e, por consequência, que
seja bem feito.
Já
o texto de 1 Crônicas se refere ao momento em que estava sendo separadas as
pessoas que seriam responsáveis pela música no serviço do culto a Deus. Se você
observar o texto completo, verá que todos os selecionados eram mestres em seus
instrumentos. É interessante a observação que o versículo 22 faz sobre
Quenanias dizendo que ele era entendido. Ele não fora selecionado para a função
de “dirigir o canto” por acaso, ele tinha conhecimento, preparo e era
plenamente capacitado para exercer essa função.
Já
no texto de eclesiastes, Salomão dá um conselho que vale para todas as áreas da
nossa vida (inclusive a música). No que você se propor a fazer, faça o melhor
que você puder, dê o que pode de si para executar essa tarefa da melhor maneira
que você conseguir.
Isso
quer dizer que se a música não for boa, ela não serve para a adoração? Não
necessariamente. Lembre-se que excelência não é a mesma coisa que
perfeccionismo. Excelência quer dizer que você fará o melhor possível com o que
você dispõe para fazer, e não que o resultado final será uma execução perfeita
e livre de erros. Aceite suas limitações e continue trabalhando para melhorar
suas falhas.
Conclusão:
A
excelência técnica e a qualidade musical não são o centro da adoração, mas
devem ser buscadas pelos seguintes motivos:
1.
“A partir do momento que oferecemos nossos dons e talentos para Deus e para a
obra ministerial, deve ser um desejo natural fazer o nosso melhor para Ele. Não
porque Ele precise de nossa música, mas porque Ele é digno do nosso melhor.
Nossa dedicação e compromisso devem ser uma resposta à sua grandeza.”
2.
“Toda ferramenta só consegue fazer um bom trabalho se estiver em boas condições
de uso. Quanto maior o nível técnico de um músico, mais orgânico e preciso será
a execução de uma frase musical, mesmo que simples. Além disso, o músico deve
estar preparado para executar algo complexo quando necessário.”
3.
“O homem tem um prazer natural pelo ‘belo’. Aceitamos mais abertamente o que é
bonito e bem feito, e tendemos a rejeitar o que é feio e desarmonioso. Uma
música desarmoniosa pode desviar o foco das pessoas em adorar a Deus.”
No amor de Cristo,Por Renan Alencar
Seminarista e musicista
ra.guitarplayer@gmail.com